Lisboa tem vivido, e bem, de reabilitação urbana, fenómeno que a Câmara Municipal soube abraçar para incutir nova vida a uma cidade que, no início desta década, estava quase moribunda.
A reabilitação urbana tem preferido orientar- -se para a habitação, comércio de rua e turismo (pequenos hotéis e apartamentos), e o alojamento local constitui a derivada mais significativa da reabilitação da cidade.
Quando em 2010, efetuámos um estudo para a Câmara Municipal de Lisboa destinado a determinar as influências técnico-económicas da Reabilitação Urbana, concluímos que existia uma oportunidade de gerar negócios na ordem dos €8 mil milhões por um período de 12-15 anos. O que hoje sabemos é que desses €8 mil milhões ainda só foram concretizados cerca de 25%, ou seja, perto de €2 mil milhões. Por isso, apesar das muitas gruas que todos observamos nas ruas de Lisboa, pensamos que é necessário fazer muito mais e mais depressa, sendo lamentável que as entidades públicas não se tenham preparado para acudir à iniciativa dos investidores e promotores, nacionais e estrangeiros, assegurando-lhes o correspondente licenciamento em tempo oportuno. Não se entende…
Estamos a perder parte de uma grande oportunidade que temos de compensar!
Com efeito, Lisboa não pode ficar-se pela reabilitação, muito focada na “cidade antiga”… A cidade precisa de habitações a preços suportáveis pela classe média (portuguesa), assim como precisa de bons escritórios para acolher tantas empresas necessitadas de novas instalações e de edifícios de grande porte e pisos amplos para satisfazer exigências funcionais dos grandes empregadores. Esses apartamentos e esses escritórios só poderão ser realizados se, à reabilitação urbana juntarmos a construção dos NOVOS GRANDES PRO JETOS ….
E eles estão aí:
São cerca de 1.000.000 m² capazes de dar resposta a uma série de necessidades das famílias e das empresas, e que são também grandes oportunidades de investimento. Para além dos edifícios, refira-se a necessidade de organização do espaço público envolvente, oportunidade que a Câmara Municipal de Lisboa não poderá enjeitar no âmbito do apoio proativo que terá de dar a estes NOVOS GRANDES PRO JETO S: sendo criteriosa na definição dos usos requeridos - grandes escritórios e habitação para a classe média -, a autarquia tem o dever de exigir projetos de grande qualidade estética e funcional, implantados em espaços (públicos e privados) de excelência.