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EDITORIAL

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Gilberto Jordan
Gilberto Jordan
Conselho Editorial da Ci

É preciso conservar Portugal no imaginário internacional

Depois de um período conturbado no imobiliário e na economia no geral a partir de 2008 até 2013, Portugal tem vindo a recuperar a confiança dos investidores nacionais e internacionais, ao mesmo tempo que o turismo tem crescido de forma muito significativa.

A escolha de Portugal prende-se com fatores intrínsecos como a segurança, clima, estabilidade democrática e razoável previsibilidade política e financeira, gastronomia, acolhimento, história, localização, saúde e educação, tudo fatores que fundamentam a sustentabilidade a medio longo prazo, mas também fatores conjunturais como o desvio de comércio a favor de Portugal e Espanha provocado pela Primavera Árabe.

A partir de 2014 Portugal começou a ganhar fôlego e a ver os efeitos muito positivos dos programas de captação de investimento como o Regime Fiscal para Residentes não Habituais e Vistos Gold. O país captou o imaginário internacional e com uma nova dinâmica levou a que 2018 se tenha revelado um dos melhores anos de sempre em termos de transações imobiliárias, com um crescimento de 30% face a 2017, estimando-se que cerca de 40% deste investimento tenha sido efetuado por estrangeiros.

Portugal atrai um público internacional sofisticado, economicamente independente e culturalmente apreciador do país.

Os franceses mantêm-se no top dos estrangeiros que mais investem no país (29%), mas é o investimento brasileiro que mais tem crescido, representando já cerca de 19% da compra de casas por estrangeiros em Portugal. Seguem-se os ingleses (11%), os chineses (9%) e os angolanos (7,5%). Fenómeno inovador e altamente positivo é que, atualmente existem mais de 100 nacionalidades identificadas em Lisboa. Exemplo disso é o Lisbon Green Valley, a nova fase do Belas Clube de Campo, onde cerca de 70% das vendas é atribuída a estrangeiros e onde existem já 27 nacionalidades de residentes em todo o empreendimento.

Mas para manter os níveis de atratividade é fundamental profissionalizar a gestão das cidades, que vão ter de primar por uma construção diferenciada e inovadora, pelo design, pela criatividade arquitetónica e pela dinamização de novas soluções e serviços, nomeadamente ao nível da oferta cultural e dos transportes, tanto para residentes como para visitantes.

Os fatores externos como a desvalorização da libra e as perspetivas de quebra da economia do Reino Unido devem ser considerados quando pensamos na procura nos próximos tempos, uma vez que podem vir a tirar poder de compra aos britânicos. Este é um tema a acompanhar nos próximos tempos.

As condições estão reunidas e as perspetivas são muito animadoras, contudo é preciso manter o foco, elevar a qualidade de forma a atrair um público cada vez mais exigente e sofisticado.

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